sábado, 15 de setembro de 2007

FC Porto vs. Marítimo, 1-0


Duelo de líderes

Se bem que se tratem ainda das primeiras jornadas, a principal surpresa deste início de campeonato, o Marítimo, deslocou-se ao estádio do Dragão na situação de líder do campeonato em igualdade pontual com o FC Porto, mas em vantagem em diferença de golos. No entanto, saiu de lá com outro estatuto, devido à derrota sofrida. A pequena diferença no resultado mostra-nos o que se passou neste jogo, já que se tratou de um jogo equilibrado, principalmente, porque o FC Porto assim o deixou, já que não lhes interessava haver esforços em excesso, pois as jornadas europeias estão aí à porta. E assim, quase que se esqueceram as importantes ausências de Makukula (castigado) e de Ricardo Esteves (lesionado), devido a este esforço não exagerado do FC Porto, que também alternou com alguns momentos em que o relaxamento foi excessivo e permitiu jogadas algo perigosas do lado maritimista, principalmente em contra-ataque, e, com menor frequência, em ataque continuado (no final do jogo).

Deve-se também dizer que além desse pressing q.b. do FC Porto, houve também um aspecto importante: o Marítimo esteve bem organizado em todos os sectores do campo, e deu pouco espaço ao FC Porto, o que quer dizer que não foi fácil à equipa portista inaugurar o marcador, bem como criar oportunidades de perigo em abundância. Quanto ao Marítimo, viu-se nos primeiros minutos de jogo que o principal objectivo deles era defender bem e contra-atacar rapidamente, mas sempre sem correr grandes riscos. Depois do golo do FC Porto tiveram de atacar mais, mas nunca de forma muito perigosa, excepção feita ao remate de Kanu aos 78 minutos para defesa apertada de Nuno.

Quero com isto dizer que acabou por ser um jogo equilibrado, em que o FC Porto acabou por ser um justo vencedor porque marcou um golo e esteve mais próximo do golo noutras jogadas, isto apesar de ter enfrentado uma equipa que foi bem reforçada, que esteve bem organizada em campo e que é uma forte candidata a ocupar uma das vagas da Taça UEFA ou, quem sabe, da Liga dos Campeões, embora esta ideia seja, claro está, remota...a não ser que continuem a jogar e a ganhar como têm vindo a fazer.


FC Porto
Equipa titular
33-Nuno
12-Bosingwa
14-João Paulo
2-Bruno Alves
5-Cech
6-Paulo Assunção
16-Raúl Meireles
8-Lucho González
17-Tarik
7-Quaresma
9-Lisandro

Suplentes
24-Ventura
4-Stepanov
18-Bolatti
20-Leandro Lima
11-Mariano González
19-Farías
29-Edgar

Substituições
Intervalo-Entrou Farías, saiu Tarik
70'-Entrou Leandro Lima, saiu Raúl Meireles
90+2'-Entrou Bolatti, saiu Paulo Assunção

Marítimo
Equipa titular
26-Marcos
21-Briguel
3-Ediglê
4-Van der Linden
6-Evaldo
10-Bruno
13-Olberdam
28-Marcinho
81-Fábio Felício
7-Kanu
8-Mossoró

Suplentes
1-Marcelo Boeck
5-Edder Pérez
17-Gregory
15-Wênio
54-Sidnei
18-Luís Olim
16-Bruno Fogaça

Substituições
77'-Entrou Bruno Fogaça, saiu Marcinho
88'-Entrou Edder Pérez, saiu Fábio Felício

Disciplina
19'-João Paulo (A)
34'-Olberdam (A)
58'-Fábio Felício (A)
67'-Quaresma (A)

Golos
1-0, Lisandro (56')

Destaques
FC Porto
Cech: Esteve, como costuma estar, certinho a defender, e ainda foi lá à frente algumas vezes, mesmo tendo Quaresma no seu lado. Além disso, fica nos registos o seu cruzamento milimétrico para a cabeçada vitoriosa de Lisandro.
Lisandro: Jogou mais uma vez numa posição novo para ele enquanto jogador do FC Porto, mas que já havia desempenhado enquanto jogou na Argentina. Marcou o golo, após algumas tentativas anteriores.

Marítimo
Briguel: Travou (e quase anulou) Quaresma, o que é difícil, e ainda conseguiu uma ou outra vez apoiar o ataque.
Kanu: Tentou fazer qualquer coisa lá à frente, tendo corrido muito e pressionou ainda mais os defesas portistas. Chegou a incomodar aos 54 (Bruno Alves fez um mau atraso para Nuno, tendo a bola ficado à mercê de Kanu) e aos 78 minutos (remate ao canto, para excelente defesa de Nuno).

Equipa de arbitragem

Árbitro Principal: Lucílio Baptista
Árbitros assistentes: Venâncio Tomé e Paulo Ramos
4º árbitro: Nuno Roque

Teve um jogo perfeito para fazer uma primeira arbitragem sem erros...mas parece que isso nunca vai acontecer. A habitual dualidade de critério esteve lá: aos 3 minutos, Paulo Assunção teve uma entrada perigosa, mas como era apenas o 3º minuto de jogo, apenas marcou falta; aos 17 minutos, outra falta de Paulo Assunção a travar contra-ataque (onde é que eu já vi isto?), e o árbitro diz que é a segunda veze...nada de amarelos; aos 19 minutos, jogada idêntica de João Paulo, e aí já houve amarelo; 26 minutos, tempo para uma valente cacetada de Bosingwa sobre Fábio Felício, para mais uma não admoestação por parte do árbitro.
A atitude de protecção dos árbitros portugueses às "faltas" cometidas sobre Quaresma também marcou presença, como, por exemplo, aos 50 minutos, quando Quaresma meteu a bola para um lado e foi em frente contra Quaresma, e o árbitro marcou falta. Vai-se tornando um hábito a quantidade de vezes que vemos Quaresma no chão, a protestar supostas faltas, e isso já se via no ano passado (lembro-me do jogo contra o Chelsea), tendo-se acentuado este ano; e se Quaresma tiver o apoio dos árbitros (como vem tendo), esta situação vai-se agravando.
E a mudança de opinião devido à pressão do público não poderia faltar. Chegou tarde (90 minutos), mas chegou: numa altura em que o Marítimo ia fazendo pela vida, o árbitro, que estava mais próximo da jogada, diz (e bem, já que foi Bosingwa o último a tocar) canto; o árbitro assistente, que está mais longe, diz que é pontapé de baliza; pressão do público e...pontapé de baliza.

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