quinta-feira, 10 de abril de 2008

Sporting vs. Rangers, 0-2


2 falhas, 2 contra-ataques = eliminação
E o sonho de refazer a história acabou nos quartos-de-final. Depois de uma exibição em Glasgow que deixou todos com a clara ideia de que este Rangers era um adversário ultrapassável, chegou a vez de as duas equipas se defrontarem em Alvalade.

Regra geral, o Sporting foi mais dominador. Porém, não conseguiu traduzir esse domínio em golos. Uma bola ao poste, várias bolas a rasar o poste... mas nenhuma fazia balançar as redes!

Por seu lado, o Rangers apostou (novamente) numa estrutura ultra-defensiva. Em situações de ataque do Sporting, a estrutura da equipa transformava-se rapidamente num 5-4-1, com Darcheville isolado lá à frente para lançar os contra-ataques, fruto da sua velocidade e aceleração acima da média. Os dois blocos apresentavam-se bastante perto um do outro, o que impossibilitava muitas vezes a acção de Liedson, que jogou com Simon Vukcevic lá à frente, mas que, todavia, jogou mais fixo no ataque, comparativamente ao montenegrino, que várias vezes veio buscar bolas mais atrás, isto ainda antes de recuar para a posição de médio interior/ala esquerdo.

Romagnoli, pela sua baixa estatura e pela sua fraca compleição física, era a meu ver um dos jogadores que deveriam ter sido substituídos. Para além dum jogo menos conseguido por "El Pipi", o Sporting necessitava também de força e de presença não só na área como também no resto do campo, e ao contrário de jogadores como Moutinho e Pereirinha, Romagnoli não tem um poder de elevação tão elevado, nem está como estes 2 jogadores habituado a desempenhar funções defensivas, nas quais é muitas vezes posto em prática o jogo aéreo. Esta foi a meu ver a principal falha de Paulo Bento. Em vez de colocar mais um avançado, Paulo Bento deveria ter colocado Adrien Silva, que iria desempenhar a sua função de trinco, libertando assim João Moutinho para a posição 10.

Outra falha da equipa do Sporting foi a insistente aposta em enviar bolas para a área... pelo ar! Sabendo da diferença de alturas que havia entre as duas equipas, seria mais lógico que o jogo leonino assenta-se mais em combinações entre os 2 blocos defensivos do Rangers, e após essas combinações partir-se-ia ou para o drible sobre um jogador escocês ou para o passe para outro jogador melhor colocado que se encontra-se por perto. Ai sim, fazia sentido a permanência de Romagnoli em campo, já que é inequívoca a sua qualidade no último passe.

Quando em situações de (contra-)ataque, a estrutura da equipa escocesa alterava-se rapidamente para um 4-3-2-1, no qual tínhamos como que 2 triângulos desenhados em campo. Visto que em ataque organizado a equipa de Glasgow pouco ou nada conseguia, restou-lhes esperar por uma falha. E foi assim, jogando no erro e em contra-ataque que conseguiram criar as situações de maior apuro. No 1º golo, assistimos a uma confusão geral entre os jogadores leoninos, fruto em parte da pouca rotina de Gladstone na equipa. O 2º golo nasceu dum drible mal conseguido por parte de Abel, no qual os escoceses apanharam o Sporting em contra-pé e marcaram com relativa facilidade o 2º golo que sentenciou o jogo e aniquilou qualquer esperança leonina. Para além das jogadas do golo, há ainda uma outra jogada da equipa escocesa que mostra muito bem o seu sistema de jogo: novamente em contra-ataque, Cousin, que entretanto tinha entrado para o lugar de Darcheville, quase que ia marcando por duas vezes, ambas na mesma jogada, e ambas com alguma sorte à mistura.

Os adeptos leoninos podem-se queixar de sorte, já que se aquela bola enviada ao poste por Liedson tem entrado, a história seria certamente outra, visto que aquele "golo" obrigaria a equipa escocesa a atacar mais, a arriscar mais e a abrir-se mais, o que seria benéfico para o jogo leonino.