quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Cazaquistão vs. Portugal, 1-2

Jogos na ex-URSS: Parte 2
Mais um jogo complicado, difícil, segundo o nosso seleccionador; relvado duro e mau; equipa mais forte do que a do Azerbeijão (que grande ponto de comparação). Andamos a tentar enganar quem? Sem dúvida que quando chegamos às competições propriamente ditas (EURO e Campeonato do Mundo) nos portamos bem, mas será mesmo indispensável "arranjar" tudo isto? Não será melhor enfrentar o adversário e, se perdermos, reconhecer a derrota, e não tentar agredir os adversários (e negar logo depois tal tentativa)?

Quanto ao jogo propriamente dito, penso que ao dizer que foi bastante mau, parado e uma perda de tempo, estou a falar por muita gente. Portugal dominou o jogo (o que não é nenhuma surpresa), mas não conseguia criar perigo de forma muito constante. Os alas, Cristiano Ronaldo e Quaresma, não tinham muita bola, e quando a tinham não conseguiam desequilibrar; Hugo Almeida não estava a ser servido, daí que pouco ou nada tenha feito (excepção feita a uns cabeceamentos com não muito perigo); Deco e Maniche já combinaram melhor; Veloso ainda se vai adaptando à equipa, ao seu esquema táctico (4x3x3 contra o 4x4x2 com que normalmente joga no Sporting), e aos companheiros, mas mesmo assim ainda tentou a seu sorte num bom remate de longe; a defesa só ia tendo perigo em contra-ataque, já que Portugal controlava as operações em campo.

Sendo assim, algo tinha que ser feito: e assim entraram Nani e Makukula. E este último acabou por resolver, já numa fase adiantada do encontro. Depois, como não poderia deixar de ser, Cristiano Ronaldo deixou a sua marca, e dilatou a vantagem através dum remate fortíssimo. Houve ainda tempo para borrar a pintura, que, por si só, já estava algo borrada: Portugal olhou para o relógio e decidiu que era tempo de descanso. Como tal, o Cazaquistão marcou, num lance em que Ricardo faz uma grande defesa, mas que depois não recebe a ajuda que deveria ter recebido, já que Byakov recebeu a bola isolado. Curioso o facto de se ver nas imagens televisivas Bruno Alves a cobrir-se a ele próprio, quando Byakov estava sozinho, e vê-se ainda os outros defesas portugueses a cobrirem um jogador cazaque; o que é ainda mais curioso é o facto de nada ter sido dito pelos nossos brilhantes comentadores televisivos. Uma coisa é mandar bitaites para o ar, outra é perceber de futebol; e penso que na nossa televisão pública, para a qual pagamos com os nosso impostos, merecíamos uns comentadores de futebol um bocado melhores.

Cazaquistão
Equipa titular
1-Loriya
2-Smakov
3-Kuchma
4-Zhalmagambetov
5-Irismetov
8-Karpovich
6-Skorykh
7-Larin
10-Zhymaskaliev (cap.)
11-Byakov
9-Ostapenko

Suplentes
18-Novikov
19-Korniyenko
12-Lyapkin
14-Ashirbekov
15-Azovskiy
16-Nurdauletov
17-Suyumagambetov

Sustituições
36'-Entrou Lyapkin, saiu Larin
88'-Entrou Nurdauletov, saiu Karpovich

Portugal
Equipa titular
1-Ricardo
13-Miguel
16-Ricardo Carvalho
30-Bruno Alves
2-Paulo Ferreira
37-Miguel Veloso
18-Maniche
20-Deco
27-Quaresma
17-Cristiano Ronaldo (cap.)
26-Hugo Almeida

Suplentes
12-Quim
5-Fernando Meira
35-Jorge Ribeiro
25-Raul Meireles
28-João Moutinho
32-Nani
38-Makukula

Substituições
60'-Entrou Nani, saiu Maniche
63'-Entrou Makukula, saiu Hugo Almeida
84'-Entrou João Moutinho, saiu Quaresma

Disciplina
5'-Karpovich (A)
34'-Maniche (A)
36'-Irismetov (A)
40'-Smakov (A)

Golos
0-1, Makukula (82')
0-2, Cristiano Ronaldo (90')
1-2, Byakov (90+3')

Destaques
Portugal
Makukula: Este jogador nascido na República Democrática do Congo, à semelhança de Bosingwa, teve finalmente a sua primeira oportunidade na selecção AA portuguesa, depois de um bom trajecto pelas selecções jovens, e não defraudou as expectativas. Aguentou a pressão e o nervosismo e resolveu o jogo; tal como Hugo Almeida, também marcou e mostrou a Scolari que há vida para além de Nuno Gomes (e de Pauleta).

Equipa de arbitragem

Árbitro principal: Jan Wegereef (Holanda)
Árbitros assistentes: Wijnand Rutgers (Holanda) e Nicky Siebert (Holanda)
4º Árbitro: Kevin Blom (Holanda)

É impressionante (ou então não), mas é verdade: regra geral, os árbitros que apitam jogos das nossas equipas e que não são portugueses, costumam arbitrar bem e com muito poucos erros. E este árbitro holandês não foi excepção. E não me venham com a treta de que os jogos são mais fáceis de dirigir e que a carga emocional é menor. A carga emocional do jogo de há uns tempos entre o Belenenses e o Paços de Ferreira (se não me engano) também era estonteante, daí que o árbitro tenha errado de tal forma que até o José Mota, que até nem costuma protestar de forma veemente, se revoltou (numa jornada fantástica a nível de arbitragem, diga-se de passagem).

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