quarta-feira, 29 de agosto de 2007

FC Porto vs. Sporting, 1-0


Clássico equilibrado decidido pelo árbitro

No jogo mais aguardado desta jornada, a principal figura do jogo acabou por ser o árbitro, ao ter influência directa em vários lances que ajuizou mal, dos quais se destaca, naturalmente, o lance que deu origem ao golo que acabou por resolver o jogo. Depois de uns primeiros minutos com a posse de bola a ser distribuída equitativamente entre as duas equipas, o FC Porto passou a dominar o esférico, até que chegou o intervalo. Após o reatamento do jogo, pudemos ver um Sporting mais solto e mais perigoso, disposto a reequilibrar o jogo...até que o árbitro "decidiu decidir" o jogo a favor de uma das equipas. Sobre o jogo não há muito a dizer, apenas convém dizer que não foi um jogo por aí além, foi sim um jogo equilibrado, tanto em termos de remates, como em termos de posse de bola. Do lado do FC Porto, continua a haver uma grande dependência dos lances de bola parada; do lado do Sporting, a equipa parece continuar a construir-se, à procura da equipa forte defensiva e ofensivamente que houve na recta final da última época.

FC Porto
Equipa titular
1-Helton
12-Bosingwa
2-Bruno Alves
3-Pedro Emanuel (cap.)
13-Fucile
6-Paulo Assunção
16-Raúl Meireles
8-Lucho González
17-Tarik
7-Quaresma
9-Lisandro López

Suplentes
33-Nuno
4-Stepanov
5-Cech
18-Bolatti
20-Leandro Lima
11-Mariano González
23-Hélder Postiga

Substituições
Intervalo-Entrou Hélder Postiga, saiu Tarik
67'-Entrou Mariano González, saiu Raúl Meireles
85'-Entrou Bolatti, saiu Lisandro López

Sporting
Equipa titular
34-Stojkovic
78-Abel
13-Tonel
4-Polga
8-Ronny
24-Miguel Veloso
7-Izmailov
28-João Moutinho
30-Romagnoli
11-Derlei
31-Liedson

Suplentes
16-Tiago
26-Gladstone
3-Marjan Had
25-Pereirinha
21-Farnerud
10-Simon Vukcevic
20-Yannick Djaló

Substituições
62'-Entrou Simon Vukcevic, saiu Izmailov
76'-Entrou Pereirinha, saiu Abel
76'-Entrou Yannick Djaló, saiu Ronny

Disciplina
33'-Quaresma (A)
52'-Derlei (A)
54'-Tonel (A)
73'-Polga (A)
86'-Bosingwa (A)
90+4'-Helton (A)

Golos
1-0, Raúl Meireles (52')

Destaques
FC Porto
Bruno Alves: Cortou praticamente tudo, ajudou Bosingwa e Fucile quando estes subiam e deixavam o seu lado aberto, lançou algumas bolas com sucesso nos jogadores mais avançados.
Raúl Meireles: Destaque natural pelo golo, ao qual se juntou o facto de ser ele o principal responsável pela ligação entre a defesa e o ataque, parecendo que não tinha jogado durante a semana na Arménia.
Tarik: Muito irrequieto, procurou sempre criar espaços, rematou várias vezes e, apesar de nem sempre ter rematado bem nem ter tomado a decisão correcta no capítulo do passe, ficou a iniciativa.
Lisandro López: Jogou adaptado a avançado, mas tentou sempre refugiar-se na ala menos povoada. Funcionou ainda como primeiro defesa, dado que foram várias as vezes que se pode ver este jogador a pressionar a defesa leonina.
Sporting
Miguel Veloso: Responsável por um grande número de recuperações, o médio-defensivo leonino deu ainda um contributo importante para a habitual dinâmica no seu meio-campo, não se limitando a defender, e arriscando dribles, para depois colocar nos seus colegas mais avançados.
João Moutinho: Além decapitão na folha de jogo, foi também dentro do campo. Variadas vezes se viu o 28 a dar instruções a colegas de equipa, assim como se pôde vê-lo a conduzir os ataques da turma leonina. Arricou também o seu remate duas vezes com algum perigo.
Vukcevic: Dos que entrou, foi sem dúvida o que mais conseguiu fazer, fazendo até mais do que o seu talvez maior rival, Izmailov. Muito mexido, beneficiou também do facto de ter entrado no melhor período sportinguista.
Derlei: Correu, lutou, empenhou-se, rematou, fez boa pressão sobre os defesas, pelo que merece um destaque especial neste seu regresso ao estádio dum clube que já representou.


Equipa de arbitragem

Árbitro principal: Pedro Proença
Árbitros assistentes: Tiago Trigo, Ricardo Santos
4º Árbitro: Vasco Santos

Muito mau para ser verdade...nem sei por onde começar. E o pior é que foi sempre para o mesmo lado... Pior ainda é o facto de este senhor prejudicar sempre o espectáculo. Certamente lembram-se do Belenenses vs. Sporting, jogo da final da Taça de Portugal do ano passado, e certamente também se lembram deste árbitro não assinalar um penalty logo aos 34 segundos de jogo (Nivaldo derrubou Moutinho no interior da grande área) a favor do...Sporting. E porque é que prejudicou o espectáculo? Penso que é óbvio: o Belenenses se sofresse esse golo madrugador teria jogado doutra forma, de maneira mais aberta, o que permitiria ao Sporting criar mais perigo, e teria também de apostar mais no ataque, em vez de jogar em contra-ataques rápidos e a apostar no erro do adversário. Lá porque foi aos 4 segundos, não quer dizer nada, as faltas são para serem assinaladas quando existem, ou então cria-se uma regra a dizer que até aos 5 minutos não há expulsões nem penalties. Enfim, deixemo-nos do passado, apesar deste árbitro nos tentar puxar pela memória, já que ele se esforça por ficar na nossa memória (sempre pelos piores motivos...). Antes do espectáculo das não-expulsões, tivemos ainda direito a um outro espectáculo para abrir o apetite: as simulações de Quaresma (vão-se tornando uma característica dele, para além das trivelas), às quais se juntaram as de Fucile (que bem rebolou uma ou duas vezes a tentar que algum jogador leonino fosse expulso,mas sem sucesso). Logo ao sugundo minuto de jogo, já Quaresma tinha simulado uma falta. E aos 26 minutos, Fucile não quis ficar atrás, e também simulou uma falta, à qual Pedro Proença atendeu, travando assim um possível contra-ataque perigoso do Sporting. Pôde-se dar então início ao trio de entradas a roçar a cartolina encarnada (se bem que algumas até ultrapassaram esse castigo). Para começar, Quaresma, com uma entrada feíssima sobre Miguel Veloso, que felizmente não tinha o pé assente no chão, senão... Pode-se dizer que queria ir à bola, mas e então? Isso é desculpa para entrar daquela maneira? Aos 37 minutos, foi a vez do internacional português nascido em Mbandaka (Bosingwa para os amigos) ser protagonista duma entrada perigosíssima sobre João Moutinho que, felizmente se desviou do pé (ou será melhor dizer pata?) do Bosingwa...até o mister Jesualdo Ferreira fechou os olhos; resultado: falta, mas nada de amarelo. Na segunda-parte, pudemos ver Moutinho com medo de jogadas divididas, o que condicionou o seu jogo, como por exemplo numa disputa de bola com Lucho em que se tem a perfeita noção de que o Moutinho poderia ter ganho a bola,mas teve medo de sofrer mais uma falta perigosa e ficar lesionado. Como não há duas sem três (esta frase já se vai tornando um hábito no blog, às vezes nem sempre pelos melhores motivos), tivemos aos 42 minutos uma curiosa maneira de se elevar de modo a chegar a um lance aéreo com Derlei, por parte do capitão Pedro Emanuel. Curiosa porque saltou e apenas um dos braços se elevou, e curiosamente, esse braço era o que estava do lado pelo qual aparecia Derlei. Amarelo? Vermelho? Nada disso. Continuo sem perceber porque é que o ex- árbitro internacional, Vitor Pereira, anunciou com tanto espalhafato (até mereceu uma conferência de imprensa só para esta ocasião...) as tais novas medidas, nas quais iria preservar o espectaculo, os bons jogadores, bla bla. O que acontece em campo é outra coisa: segundo essas tais "regras", entradas perigosas equivalem a cartolina encarnada, e neste jogo tivémos três logo na primeira-parte, e apenas uma teve direito a um amarelo. Que espectáculo é que preservou Pedro Proença? Terá sido o espectáculo das entradas duras sem admoestação? Para acabar a primeira-parte de forma triunfante, tivémos aos 45+1 minutos o sr. árbitro a adverter verbalmente Miguel Veloso, devido a pressão do público e do auricular (estas novas tecnologias fazem milagres!), após uma suposta entrada dura de Miguel Veloso sobre Quaresma O que é que aconteceu realmente? O Quaresma simulou (mais) uma falta, claro.
Mas o melhor ainda estava para vir. Como se ainda não bastasse, o vencedor do prémio para o melhor árbitro na última época, decidiu ser o principal responsável pelo lance que decidiu este jogo, e que se passou aos 52 minutos. O lance já foi sobejamente visto e revisto por toda a gente, e também toda a gente já decidiu certamente se o árbitro ajuizou bem ou mal. Segundo a lei 12, que nos fala sobre faltas e comportamentos antidesportivos, pudemos ler que pune-se com um pontalé livre indirecto a equipa do guarda-redes que, encontrando-se na sua própria área de grande penalidade, cometa a seguinte falta: "tocar a bola com as mãos vindo de um passe atirado deliberadamente com o pé por um seu colega de equipa". Se foi de forma deliberada ou não, apenas o Polga o poderá dizer. O que eu sei, e que o Dr. Dias Ferreira também sabe, tal como ele escreveu e bem num jornal desportivo (eu não puderia expressar de melhor maneira), é que para o comportamento ser classificado de antidesportivo tem de ser deliberado, isto é, deve haver uma intenção manifesta de passar a bola ao guarda-redes; se o jogador se limita a cortar a bola e esta vai na direcção do guarda-redes, como podia ir em qualquer outra, designadamente, na de outro jogador, que não o guarda-redes, é evidente que não há qualquer comportamento antidesportivo. Passa-se então para o campo do subjectivo: se o jogador que faz o passe está só e passa a bola ao guarda-redes que está igualmente só, não é difícil de constatar que tal passe é deliberado; se está apertado por um adversário, corta a bola e esta vai na direcção da baliza, obrigando o guarda-redes a uma grande defesa com as mãos, como se verifica muitas vezes, é evidente também que não será difícil concluir que o passe não é deliberado. A principal questão passa então a ser o deliberadamente, questão esta que foi alterada após as declarações deste mesmo árbitro, quando foi questionado sobre a sua decisão neste mesmo lance, e nas quais mostrou não ter sido um aluno brilhante de arbitragem, já que não sabe todas as regras de forma devida; assim, a nova questão é: este árbitro é deliberadamente ignorante?
Depois tivémos aos 64 minutos uma falta assinalada a Vukcevic, quando pudemos ver nas imagens Bosingwa a agarrar os calções de Vukcevic; aos 67 minutos uma jogada à qual não vi quaisquer comentários em nenhum meio de informação, na qual o Fucile dá com o cotovelo em João Moutinho, a bola continua na posse dos jogadores do Sporting que tinham bastante espaço, visto que Fucile tinha ficado para trás, e o árbitro assinala falta, mas não mostra qualquer cartolina a Fucile; aos 69 minutos, após um canto marcado por Ronny, e após confusão na área, bola chega até Vukcevic, que remata contra o pé em riste de...Bosingwa (nem os comentadores viram (ou será que não quiseram ver?) este lance); aos 74 minutos, Abel cruza muito o centro, a bola chega às mãos de Helton que bate em Liedson e força a sua queda contra si próprio, gastando assim 2 minutos; aos 77 minutos um fora-de-jogo mal assinalado a Liedson, já que podíamos ver Fucile a colocá-lo em jogo do outro lado; aos 82 minutos, Postiga fez um mau passe e, de modo a atenuar a situação, simulou uma falta, a qual o árbitro assinalou; aos 88 minutos, após remate de Derlei com defesa "incompleta" de Helton, e após Yannick Djaló chutar às malhas laterais, Bruno Alves força o choque entre a sua perna e o poste, e assim gasta mais uns segundos; aos 89 minutos, simulação de Pedro Emanuel, após "falta" de Derlei, a qual o árbitro, como consequência da pressão feita pelo público, marca falta e assim perdeu-se mais um minuto; aos 90+1 minutos, Helton fica com a bola nas mão durante 9/10 segundos, e o árbitro nada (para quê criar leis que depois não são verificadas nem sequer são postas em prática?); aos 90+3 minutos, FC Porto demorou cerca de 30 segundos para marcar um livre, tendo o tempo perdido sido ampliado para um minuto devido à amostragem do cartão amarelo a Helton. Resumindo: uma exibição imaculada.

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