terça-feira, 21 de agosto de 2007

Leixões vs. Benfica, 1-1




Estreia nada feliz de um Benfica apático, perante um Leixões que se estreou com um resultado positivo no seu regresso ao primeiro escalão

Como não há duas sem três, aqui está o terceiro clássico desta primeira jornada, pondo em confronto o Leixões, no seu já saudoso regresso, e o Benfica, terceiro classificado da última temporada, em jogo realizado em casa emprestada (estádio do Bessa séc. XXI), devido às obras que vão decorrendo no mítico estádio do Mar, que poderão servir de pouco (tal como aconteceu no novo terminal do Aeroporto da Portela...), já que agora se fala na construção de um novo estádio para a equipa de Matosinhos. Quanto ao jogo propriamente dito, podemos dizer que o principal favorito à vitória do jogo e à conquista dos três pontos respectivos, o Benfica, não esteve propriamente nos seus dias. E depois das estreias positivas de FC Porto e Sporting, esperava-se que também o Benfica, perante um adversário teoricamente mais acessível do que os dos outros dois grandes, ganhasse o jogo ou que, pelo menos, rubricasse uma boa exibição. Mas não foi nada disso que pudemos ver, bem pelo contrário: tanto uma equipa como a outra não efectuaram uma boa partida. O Leixões cumpriu o seu papel, jogando à defesa e à procura do empate que lhe garantia um ponto e um regresso feliz ao convívio dos grandes, apostando essencialmente em lances de contra-ataque rápido pelos flancos, através de Vieirinha e de Jorge Gonçalves e mais tarde por Nwoko, ou então pelo meio, por Paulo Machado e Pedro Cervantes (e não Cérvantes como o comentador deste jogo insistiu todas as vezes em que este tocava na bola, durante todo o jogo, até o jogador ter sido substituído). Do lado do Benfica, só nos últimos minutos se viu algo (mas pouco), já que durante todo o jogo a posse de bola do lado encarnado não foi perigosa nem contribuiu para grande coisa, já que a grande maioria dessa posse de bola e dessa circulação de bola da equipa que equipou de rosa foi no seu meio-campo, já que os jogadores pareciam estáticos, e, excepção feita aos primeiros minutos (quando ainda tinham frescura física), aos últimos minutos (quando os jogadores olharam para o relógio e para o marcador e viram que algo estava por fazer) ou esporadicamente durante a partida, poucos eram os que procuravam espaços livres de modo a receber a bola ou a criar espaços levando defesas contrários atrás de si. Assim é difícil jogar bem, e, como tal, torna-se mais difícil ganhar. Destaque ainda pela negativa para o modo como o Benfica marcou o golo já numa altura adiantada do jogo e depois ainda "conseguiu" sofrer um golo; o mister Fernando Santos fez uma substituição para queimar tempo; Rui Costa tentou também perder tempo (recebeu amarelo e ainda adiantou mais o relógio), mas os outros jogadores não souberam manter a bola em seu poder por mais 3/4 minutos, quando o tinham feito durante todo o jogo. De um modo geral, foi uma partida equilibrada, com jogadas nas duas áreas. Do lado do Leixões, notou-se a defesa sempre algo insegura, já que após ganharem os lances, os defensores leixonenses ou não conseguiam colocar jogável, ou colocavam jogável...para os jogadores adversários. Outra nota também para o meio-campo dos "Hérois do Mar": nos últimos 15 minutos, ou por estar nervoso, ou por já estar cansado, o meio-campo da equipa liderada pelo mister Carlos Brito não conseguia manter a bola na sua posse. Deu ainda a ideia que o Leixões jogou q.b., isto é, jogou o necessário, preferindo manter o empate no marcador a arriscar em demasia; e, verdade seja dita, Carlos Brito optou e bem por esta estratégia, já que se o Leixões tem arriscado mais, podia ter ganho, mas o mais provável era mesmo abrir espaços na defesa e no sector mais recuado do meio-campo e, assim, sofrer uma derrota. Ligeira supremacia do Leixões no número de remates (ao que eu apurei, 11 contra 10); jogadas de real perigo contam-se com os dedos de uma mão (ou de um pé, se preferirem). A continuar assim, vai ser difícil ao Benfica lutar pelo título, bem como por qualquer outra competição em que a equipa esteja envolvida. O Benfica tem de mudar qualquer coisa, e penso que o problema não é propriamente o treinador: penso que falta algo à equipa, e os novos jogadores estão ainda a adaptar-se a um novo tipo/estilo de futebol, sendo que eles são, por enquanto, promessas. O futuro dirá se eles se irão adaptar, ou se, pelo contrário, não vão passar de promessas. Será que a equipa precisa de outros jogadores? Bem, se até aqui já gastaram 20 milhões de euros, e ainda não conseguiram formar uma boa equipa, é sinal de que esses 20 milhões de euros foram mal aproveitados. E agora aonde é que vão arranjar outros 20 milhões de euros, de modo a reforçar a equipa? É certo que agora têm aí mais 9 milhões de euros com a venda de Manuel Fernandes; porém, nesta fase adiantada do mercado, vai ser difícil arranjar jogadores de qualidade para reforçarem a equipa da Luz, já que a maioria já está colocada. O que agora se vê, pode ser o resultado de um ataque ao mercado de transferências mal calculado. Para finalizar, saudar o regresso do Leixões, este mítico clube à primeira divisão portuguesa, que, penso eu, e sem ter nada contra as outras equipas portuguesas, é o lugar merecido para esta equipa e para os seus sócios, adeptos e simpatizantes.


Leixões
Equipa titular
1-Beto
20-Marco Cadete
4-Élvis (cap.)
5-Nuno Diogo
3-Ezequias
14-Bruno China
8-Pedro Cervantes
6-Paulo Machado
17-Vieirinha
19-Jorge Gonçalves
9-Roberto

Suplentes
77-Jorge Baptista
13- Joel
2-Rúben
25-Jorge Duarte
7-Hugo Morais
18-Nwoko
28-Tales Schutz

Substituições
72'-Entrou Nwoko, saiu Jorge Gonçalves
78'-Entrou Tales Schutz, saiu Roberto
86'-Entrou Hugo Morais, Pedro Cervantes


Benfica
Equipa titular
12-Quim
22-Nélson
8-Katsouranis
23-David Luiz
5-Léo
6-Petit (sub-cap.)
2-Luís Filipe
25-Nuno Assis
10-Rui Costa
21-Nuno Gomes (cap.)
7-Cardozo

Suplentes
24-Butt
28-Miguel Vítor
11-Miguelito
15-Andrés Diaz
16-Fábio Coentrão
19-Bergessio
9-Mantorras

Substituições
56'-Entrou Bergessio, saiu Nuno Gomes (passando Petit a capitão)
70'-Entrou Fábio Coentrão, saiu Luís Filipe
90+2'-Entrou Andrés Diaz, saiu Nuno Assis


Disciplina
58'-Roberto (A)
67'-Nuno Assis (A)
90+3'-Rui Costa (A)
90+4'-Nwoko (A)


Golos
0-1, Petit (90')
1-1, Nwoko (90+4')


Análise individual
Leixões
Beto: Seguro com as mãos e com os pés. Só teve um pequeno acidente de percurso: aos 89 minutos, não se entendeu com Nuno Diogo, que cabeceou para Bergessio (quando tinha Beto atrás), que depois chutou e viu Nuno Diogo cortar em cima da linha, indo depois a bola para canto, canto este que deu origem ao primeiro golo da partida. Sem grandes culpas no lance do golo, já que a falha aconteceu na defesa: apareceram, para além de Petit, Cardozo e Fábio Coentrão sem qualquer tipo de marcação.
Marco Cadete: Jogador muito aguerrido e lutador; combinou ainda muito bem com Vieirinha ao longo do jogo, participando e muito nos lances de teor ofensivo da sua equipa. Em termos defensivos, conseguiu anular Nuno Assis e Léo.
Élvis: Foi o capitão de equipa que ficou com a tarefa de marcar Cardozo, com um saldo bastante positivo. Esteve em pleno destaque nos lances de jogo aéreo, ganhando praticamente todos, se é que não os ganhou todos...
Nuno Diogo: Exibição oscilante, por via da jogada acima referida com Beto, e também devido à jogada do golo. De resto, teve em grande destaque na primeira-parte, altura em que foi o autor de vários cortes preciosos.
Ezequias: Tal como Marco Cadete do outro lado da defesa, também Ezequias esteve em bom plano, e com um desempenho e em tudo parecido com o deste jogador: cortou quase todos os lances de Luís Filipe e de Nélson, e ainda arranjou tempo para ir dar uma achegazinha ao ataque. Apontamento negativo para o lance em que cometeu grande penalidade sobre Nuno Assis, que, a ter sido vista pelo árbitro, lhe poderia valer um cartão amarelo.
Bruno China: Um autêntico poço de força este médio-defensivo, que funcionou variadas vezes como um quinto defesa. E foi precisamente neste seu papel de trinco que cortou muitas bolas ao meio-campo das águias.
Pedro Cervantes: Sempre muito móvel este médio-interior/médio-centro, que procurou sempre a bola, tentando sempre criar linhas de passe aos seus companheiros de equipa. Teve ainda forças para correr em auxílio da sua defesa, tendo feito alguns cortes importantes.
Paulo Machado: Com um trabalho idêntico ao de Pedro Cervantes, mas com uma pequena diferença: é um jogador mais ofensivo e, deste modo, participou em maior número em jogadas de cariz ofensivo, assim como deu uso ao seu conhecido forte remate.
Vieirinha: Tentou várias vezes entrar em jogadas de um-para-um, que é o seu forte, conhecendo destinos diferentes a essas suas jogadas; porém a maioria destas jogadas resultou. Aliado a isso, fez uso do seu pontapé (como aos 32 minutos, quando tentou fazer um chapéu a Quim), e fez ainda vários cruzamentos perigosos (destaque aos 24 minutos, quando centrou a bola direitinha para Roberto, numa jogada de relativo perigo).
Jorge Gonçalves: Não se destacou tanto como Vieirinha no plano individual, já que se "sacrificou" em prol do colectivo. Outro jogador que se entregou de corpo e alma, que correu muito, ajudando também a fechar o seu flanco; o cansaço derivado desta correria levou a que fosse o primeiro a ser substituído na sua equipa.
Roberto: Jogador que se destaca pela sua envergadura física, e da qual fez bom uso no decorrer deste jogo, tanto no ataque, beneficiando da pouco rotinada dupla de centrais, como na defesa. Ganhou vários lances de bola aérea, chutou algumas vezes à baliza contrária; correu e lutou imenso; fez de primeiro defesa; teve uma grande cabeçada, para defesa não menos inferior de Quim, aos 24 minutos, a cruzamento milimétrico de Vieirinha; enfim, só lhe faltou mesmo um golo.
Nwoko: Foi destaque em vários jornais e telejornais por ser a surpresa na convocatória; o que é certo é que poucos podiam adivinhar que ele iria ser decisivo para o jogo. Entrou já em fase adiantada do jogo, assistiu ao golo da outra equipa, para depois restabelecer o empate à segunda tentativa, depois de, no mesmo lance, ter visto o seu primeiro remate ser interceptado por Léo. Ficam ainda na memoria as suas mudanças de velocidade, típicas de um jogador africano. Quem diria que este jovem veio do campeonato maltês...
Tales Schutz: Apesar de ter estado na origem do golo do empate, este brasileiro (que veio do South China, equipa de Hong-Kong que há poucos dias jogou com o Liverpool) mostrou-se sempre algo nervoso e precipitado, não conseguindo manter a bola em seu poder durante muito tempo.
Hugo Morais: Determinante no lance do golo, ao centrar atrasado para Nwoko. De resto, pouco mais se viu, já que pouco tempo mais teve.


Benfica
Quim: Algumas defesas de elevado nível, tentando retardar ao máximo o golo do Leixões, que acabou mesmo por acontecer, não se podendo atribuir qualquer tipo de culpas ao guardião português nesse mesmo lance.
Nélson: Muito longe daquele Nélson interventivo nos lances de cariz ofensivo. Teve sempre uma forte oposição à sua frente, que lhe colocava sempre sérias dificuldades. O entendimento com Luís Filipe também não foi o melhor,o que também não o ajudou a subir no terreno, fruto das habituais tabelinhas que faz com os seus colegas de equipa.
Katsouranis: Fruto da sua adaptação a uma nova posição, o jogador grego apresentou-se algo nervoso nos minutos iniciais. Passado que estava esse nervosismo, pode fazer vários cortes preciosos, assim como estar presente no lance do golo da sua equipa, desviando ao primeiro poste.
David Luiz: Talvez fruto desta nova dupla, o jovem defesa brasileiro mostrou alguma precipitação no decorrer do jogo. Apesar disso, foi o pronto-socorro de Nélson e de Léo quando estes precisaram, fazendo-lhes a dobra; sempre autoritário no jogo aéreo; fez ainda vários cortes preciosos.
Léo: Tal como aconteceu na equipa do Leixões, também no Benfica os dois laterais tiveram desempenhos idênticos. Com Vieirinha à sua frente, Léo teve sempre dificuldade em acompanhá-lo (a idade não perdoa...).
Petit: No estádio dum clube que bem conhece, o "pitbull" teve um jogo à sua imagem, em que cada lance é encarado como uma batalha, e para ele só existem duas opções: ou vai, ou racha. Devido à grande densidade no meio-campo, não teve muitas chances para pôr o seu remate em acção (apenas num livre, que foi contra a barreira); porém, foi dele o primeiro golo do Benfica nesta nova temporada.
Luís Filipe: Perdeu muitas bolas, os passes nem sempre iam para o local desejado, o apoio a Nélson também não foi muito, assim como o apoio aos avançados, lento a decidir e a executar. Enfim,nada bem para primeiro jogo na liga...
Nuno Assis: Outra exibição nada boa na equipa encarnada, constituindo-se como um mau regresso à competição. Destaque ainda para as faltas perigosas que cometeu, e que, com outro árbitro mais atento, lhe dariam acesso certamente a uma expulsão. Poucas vezes conseguiu utilizar uma das suas armas: a velocidade.
Rui Costa: O maestro foi um dos que se mostrou mais insatisfeito com o resultado, travando uma batalha com um destino, à partida, nada prometedor: várias vezes, foi ele contra os outros. Vários passes fantásticos (6, 26, e 81 minutos), e ainda algumas tentativas de remate (como aos 20 minutos) do jogador talvez mais inconformado da equipa.
Nuno Gomes: Correu muito, mas pouco conseguiu, em grande parte devido à defesa leixonense que foi praticamente intransponível. Foi logo o primeiro a sair na equipa encarnada (não esquecer que vem de lesão...).
Cardozo: O reforço mais caro do Benfica para esta época (pelo menos até agora...) não teve uma estreia muito feliz no campeonato: a marcação vinda de Matosinhos foi impiedosa. Resultado: Cardozo teve de descer muito no campo, para assim poder estar em condições de receber a bola. Apesar de tudo, lutou enquanto a bateria funcionou.
Bergessio: Entrou com ganas, imprimindo maior velocidade ao jogo benfiquista, mas sem ser acompanhado pelos seus colegas. Após este período inicial, também ele adormeceu. Aos 83 minutos, foi o intérprete de um remate em que fica a ideia de que ele podia e devia ter feito bem melhor(dá ideia que colocou o corpo em demasia para trás e, assim, a bola subiu muito), isto apesar do fora-de-jogo no início da jogada.
Fábio Coentrão: Vai deixando bons pormenores, como a velocidade, o drible, e outros maus, como a falta de poderio físico e o facto de se atirar muito para o chão (já se tinha visto isso no Mundial de sub-20).
Andrés Diaz: Entrou para queimar tempo. Nem sei se chegou a tocar na bola... A rever.

Equipa de arbitragem

Árbitro principal: Jorge Sousa
Árbitros assistentes: José Ramalho, José Luís Melo
4º Árbitro: Marco Ferreira


Arbitragem com alguns erros marcantes para o jogo. Uma delas passou-se quando aos 76 minutos o árbitro não assinalou uma falta cometida por Ezequias sobre Nuno Assis, falta esta que foi dentro da área e, deste modo, daria origem a uma grande penalidade. Aquilo que Ezequias queria fazer era uma carga de ombro (o que é legal); todavia, como Nuno Assis é de baixa estatura, em vez de encontrar o seu ombro, encontrou o seu rosto e, como tal, fez um penalty claríssimo sobre Nuno Assis. O problema é que aos 67 minutos, Nuno Assis deveria ter sido expulso depois de um entrada de pé em riste sobre Roberto (se Roberto tem o pé assente no chão, estaria neste momento certamente lesionado), que, a julgar pelas leis de arbitragem, seria passível de cartão vermelho (e não apenas cartão amarelo, como aconteceu a este jogador), dado que se trata de uma entrada violenta. E aqui há outro problema, visto que houve uma dualidade critérios, curiosamente entre estes dois jogadores: Roberto viu um amarelo por ter colocado a mão na bola deliberadamente; Nuno Assis rasteirou um jogador leixonense...nem falta nem amarelo, siga! Moral da história: Nuno Assis não deveria ter acabado jogo. Outro caso em que o árbitro ajuizou mal passou-se aos 83 minutos, quando Bergessio poderia ter marcado um golo decisivo para o encontro, quando estava em posição irregular. Felizmente para a equipa de arbitragem, o argentino chutou por cima, senão muita tinta teria corrido certamente. Outra jogada, menos falada, passou-se aos 83 minutos, quando Paulo Machado tira a bola de forma limpa a Petit que se atira manifestamente para o relvado, e o árbitro marcou falta, cortando assim um possível lance perigoso de contra-ataque.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Sp. Braga vs. FC Porto, 1-2



FC Porto com vitória suada mas merecida antes do segundo clássico da temporada

Mais um jogo da primeira jornada, mais um clássico. Desta vez tivemos frente-a-frente o campeão nacional da última edição, FC Porto, e o talvez principal outsider desta época que agora inicia, o Sporting de Braga, com um ex-dragão como treinador. Depois de nos primeiros 15/20 minutos da primeira-parte temos assistido a um jogo equilibrado, com jogadas numa e noutra área, o FC Porto decidiu acalmar o jogo, através de trocas de bola na sua zona mais recuada, e assim conseguiram anular a impetuosidade inicial do Sporting de Braga. Aliás, foi este o principal factor do jogo, já que também na segunda-parte, após o golo do bracarense João Pinto e após também uns primeiros 15/20 minutos com as duas equipas taco-a-taco, o FC Porto adormeceu novamente a equipa da casa. E tal foi bastante benéfico para o FC Porto, já que a principal arma do Sporting de Braga neste jogo foram os contra-ataques rápidos, com jogadas nos flancos, através de Hussain, Wender e também os laterais João Pereira e César Peixoto, e e também jogadas rápidas pelo meio, pelo veterano mas ainda veloz João Pinto e, ocasionalmente, por Vandinho. Anulada esta arma do Sporting de Braga, bem como a sua força inicial, o FC Porto conseguiu impôr finalmente de modo mais constante o seu jogo. E isto passou-se até serem feitas as substituições dos 2 lados e após o segundo golo do FC Porto(ou seja, por volta dos últimos 10 minutos), altura em que o FC Porto deixou de atacar sem ser em contra-ataques (Quaresma e Postiga essencialmente) e, assim, restabeleceu-se o equilíbrio no encontro. Porém, o FC Porto continuava a ser mais perigoso, mais acutilante e mais "constante", daí que tenha chegado ao segundo golo, novamente de bola parada, por Ricardo Quaresma. Fiquei, no entanto, com a ideia de que o FC Porto não está ainda a 100%, e de que terá de mudar algo sob pena de, na próxima jornada, não conseguir vingar a derrota sofrida em Leiria. A adaptação dos jogadores não pode ser apontada como desculpa, já que apenas dois novos jogadores foram utilizados neste jogo, dos quais nenhum estava na equipa titular, isto porque o mister Jesualdo Ferreira continua a dizer que não coloca os novos reforços enquanto estes não mostrarem que são melhores do que aqueles que lá estão. Quererá isto dizer que a qualidade dos reforços não é assim tanta para um clube da grandeza do FC Porto, e que as saídas de Pepe e Anderson não foram devidamente colmatadas? Aquilo que pudemos ver foi um Lucho, que é, invariavelmente, o patrão da equipa, ainda à procura da sua melhor forma física (daí ter sido substituído aos 61 minutos), e isso reflectiu-se no rendimento da equipa. Quaresma só não basta... Não quero com isto dizer que o FC Porto não foi um justo vencedor, longe disso. O mister Jorge Costa falou num empate como sendo o resultado mais justo. Se isso tivesse acontecido, também não teria sido um resultado irrealista. Mas não podemos esquecer uma coisa: o FC Porto foi a equipa que mais perigo criou, a equipa que esteve mais tempo com a bola nos pés, que mais remates perigosos fez, que mais cantos conquistou, ou seja, foi a equipa que esteve mais perto do golo. Foi, de um modo geral, um jogo algo parado, dado que as duas equipas estavam encaixadas uma na outra (sistemas tácticos idênticos (4-3-2-1)), que acabou por pender para o lado da equipa apontada como favorita à partida para este jogo, que se vai tornando num clássico da zona norte.



Sporting de Braga
Equipa titular
12-Danni Mallo
47-João Pereira
3-Paulo Jorge (cap.)
28-Rodriguez
21-César Peixoto
17-Frechaut
88-Vandinho
10-João Pinto
8-Hussain
15-Wender
9-João Tomás

Suplentes
37-Ricardo
22-Anílton Júnior
13-Carlos Fernandes
5-Roberto Brum
14-Castanheira
18-Zé Manel
20-Jaílson

Substituições
64'-Entrou Zé Manel, saiu Hussain
76'-Entrou Jaílson, saiu João Tomás
86'-Entrou Castanheira, saiu Paulo Jorge

FC Porto
Equipa titular

1-Helton
12-Bosingwa
2-Bruno Alves
3-Pedro Emanuel (cap.)
5-Marek Cech
6-Paulo Assunção
16-Raúl Meireles
8-Lucho
17-Tarik
7-Quaresma
28-Adriano

Suplentes
33-Nuno
4-Stepanov
18-Bolatti
25-Kazmierczak
20-Leandro Lima
11-Mariano González
23-Hélder Postiga

Substituições
36'-Entrou Hélder Postiga, saiu Adriano
61'-Entrou Mariano González, saiu Tarik
63'-Entrou Leandro Lima, saiu Lucho

Disciplina
15'-Tarik (A)
44'-Frechaut (A)
53'-João Pinto (A)
83'-João Pereira (A)
88'-Hélder Postiga (A)


Golos
0-1, Quaresma (34')
1-1, João Pinto (49')
1-2, Quaresma (85')


Análise individual
Sporting de Braga
Dani Mallo: Inseguro na sua estreia, com culpas no primeiro golo e, quem sabe, no segundo (podia ter defendido se estivesse melhor colocado, isto porque fica a ideia de que colocou a barreira à sua frente e não viu a bola partir). Destacou-se também pelo seu muito "mallo" jogo de pés, através de alívios e passes curtos e longos mal feitos: aos 11 minutos fez um mau alívio que resultou numa tentativa de chapéu por parte de Lucho; outro alívio, desta vez para fora aos 21 minutos; passe no limite aos 31 minutos, com Quaresma quase a conseguir interceptar esse mesmo passe. Ficaram, todavia, alguns registos positivos do guarda-redes espanhol: aos 36 e aos 67 minutos a cortar para canto após dois cruzamentos-remates, e ainda duas boas defesas a remates de Hélder Postiga (58 minutos) e de Raúl Meireles (71 minutos). Teve, de um modo geral, uma jornada não muito feliz, talvez por ser um crónico suplente, ou por lhe faltar ritmo de jogo.
João Pereira: Apesar de poucas vezes ter combinado bem com o seu companheiro de flanco (Hussain),ao contrário do que se passou no outro lado do campo, o defesa-direito ex-Gil Vicente acabou por rubricar uma boa exibição na primeira-parte, e em parte da segunda...até acabar o depósito. Sem culpas no lance do segundo golo, já que, a haver culpas, terão de ser entregues ao árbitro do encontro, pois Quaresma cavou a falta.
Paulo Jorge: Fez o que lhe competia, e ainda apoiou o ataque (sem grandes consequências). Não é de estranhar que o maior perigo tenha sido criado das alas.
Rodriguez: Trabalho bem cumprido, à semelhança do que se passou com Paulo Jorge. Tudo o que vinha para a área era cortado e a juntar a isso procurar quase sempre sair com a bola controlada (às vezes não muito bem...).
César Peixoto: Depois de um ano de descanso, o ex-FC Porto fechou quase sempre a sua ala às investidas de Tarik essencialmente, Quaresma, por ocasião das mudanças de flanco protagonizadas pelos dois extremos do FC Porto, e até de Bosingwa...até surgirem os lances em velocidade, nos quais sentiu maior dificuldade, talvez devido ao último ano em que "fez" gazeta. Destaque ainda para uma atitude menos boa deste jogador: aos 90+1 minutos parecia que estava a ganhar, pois após ter tido uma caimbra levou à colocação da bola fora de campo...para depois sair pelo seu pé...a correr, desperdiçando aí um possível contra-ataque da turma arsenalista.
Frechaut: Funcionou como um faz-tudo na equipa do estádio da pedreira, funcionando como quinto defesa nalgumas jogadas, fazendo de defesa direito/esquerdo aquando da subida dos seus companheiros de equipa, cortando e recebendo as bolas dos seus companheiros e prontamente colocando-as noutros jogadores, não fosse perder a bola e dar origem a jogadas perigosas...Teve o primeiro golo do jogo nos pés aos 7 minutos, após um livre de César Peixoto, onde chegou atrasado/não se esticou.
Vandinho: Boa exibição do médio brasileiro, através da assistência para o único golo da equipa da cidade dos arce-bispos, um remate forte e perigoso aos 35 minutos, e uma ajuda quase sempre constante tanto no meio campo mais recuado como em posições um pouco mais adiantadas. Recebeu um amarelo aos 29 minutos quando já tinham havido jogadas mais perigosas merecedoras de cartão amarelo.
João Pinto: Se de um lado tínhamos Lucho, do outro tínhamos "o menino d'ouro"/"o grande artista" a comandar as tropas arsenalistas. Sempre muito interventivo (belo trabalho tem feito a Marisa Cruz, que lá o vai conservando), teve como presente de anos adiantado o golo que marcou, após ter iniciado e finalizado uma boa jogada do lado bracarense. Pela qualidade demonstrada, pelo golo que marcou e pelo seu constante esforço, merecia mais do que 0 pontos.
Hussain: Estreia prometedora do jogador do Qatar, que confirmou as boas referências técnicas que lhe eram atribuídas. Não foi, no entanto, muito constante, daí ter sido substituído, pois correu muito no início do jogo (às vezes até demais) e mostrou-se outras vezes algo trapalhão com a bola. Mas como se trata de um jogador ainda jovem, que vem de um campeonato de qualidade (muito) inferior à nossa, compreende-se que tenha entrado algo nervoso e com vontade de mostrar trabalho. De registar a sua baixa estatura (1, 65 metros, provavelmente o jogador mais baixo desta BWIN Liga), algum entendimento já considerável com os seus novos companheiros, um remate para defesa fácil aos 24 minutos, e jogadas perigosas nos flancos nos primeiros minutos de jogo.
Wender: Bom entendimento com César Peixoto nos primeiros minutos de jogo, através de várias tabelinhas entre os dois jogadores. Após esses minutos iniciais, pouco (e em má qualidade) foi servido, não podendo dar uso da sua principal arma: drible no último momento, seguido de um sprint, de modo a deixar o seu adversário para trás, ou diagonais no sentido da baliza, de modo a pôr em prática o seu remate. Destaque para uma jogada após o golo do empate, na qual quase virava o resultado.
João Tomás: Esteve pouco em jogo, tendo, porém, feito o chamado trabalho invisível, abrindo espaço para os seus companheiros de equipa. Tinha também um trabalho árduo pela frente, já que era muitas vezes um para muitos defesas do FC Porto. Precisava de mais apoio no ataque.
Zé Manel: Entrou numa altura em que o jogo congelou, principalmente no sector mais avançado do Sporting de Braga, e por isso pouco ou nada conseguiu fazer.
Jaílson: Mais um que não pode mostrar o seu potencial, dada a altura em que entrou em campo. Referência para uma iniciativa perto dos 90 minutos quando pegou na bola mas foi assaltado pouco depois por Bruno Alves.
Castanheira: Após o golo do FC Porto, mostraram o banco da equipa de Braga onde se pode ver o mister Jorge Costa a chamar um jogador, Castanheira, a quem deu indicações bastante específicas: colocar a bola na área (sem grande sucesso).

F.C. Porto
Helton: Pouco há a dizer, já que pouco houve para fazer. No lance do golo, era-lhe muito difícil fazer qualquer coisa mais.
Bosingwa: Como Marek Cech pouco ou nada subiu, Bosingwa aproveitou para fazer o papel de defesa-lateral presente nos lances ofensivos, tendo sido depois compensado ora por Paulo Assunção, ora por um dos centrais, dado que a equipa arsenalista teve pouco jogo ofensivo, tirando os primeiros minutos de cada um das partes. Passou várias vezes por César Peixoto, arriscando pagar uma enorme conta em portagem, tal foi a quantidade de vezes que utilizou o seu flanco para subir e descer.
Bruno Alves: Fim de tarde/início de noite tranquila para o defesa-central do FC Porto. Nos lances aéreos continua a reinar; porém, continua ainda algo intranquilo quando chega a hora pós-corte: não sabe o que fazer à bola, tem medo de a perder e, como tal, chuta para onde está virado. De resto...
Pedro Emanuel: No seu regresso ao mais alto nível, o defesa-central esteve seguro e autoritário, varrendo tudo o que lhe aparecia à frente. Como o Sporting de Braga pouco atacava, teve ainda tempo para ir lá à frente cabecear, mas saiu por cima. Portanto, regresso positivo.
Marek Cech: Pouco interventivo nos lances ofensivos, o defesa-esquerdo eslovaco foi praticamente sempre ultrapassado por Hussain nos primeiros minutos de jogo. Depois disso, Hussain rebentou, e Cech teve tempo para descansar, mas não arriscou subir.
Paulo Assunção: Cortou a grande maioria dos lances de possível perigo para a defesa de Helton, funcionou muitas vezes como quinto defesa, e poucas culpas no lance do golo. Continua a assegurar a segurança defensiva da equipa presidida por Pinto da Costa.
Raúl Meireles: Mais atrevido neste início de época, ao apostar no remate de longe algumas vezes (aos 71 minutos, por exemplo), e também parece mais solto no terreno, deixando as tarefas mais defensivas para Paulo Assunção.
Lucho González: Durou cerca de uma hora o combustível do patrão da equipa do dragão. Outro dia, um amigo meu do FC Porto alertou-me (aquando das notícias sobre a sua transferência para o Valência/Everton) para o facto de Lucho não ter férias há já dois ou três anos (Copa América agora, Mundial há um ano, há dois anos chegou ao FC Porto a meio da época na Argentina...), e essa falta de força foi evidente no argentino. E o rendimento do FC Porto também sofreu um revés quando o internacional argentino estoirou.
Tarik: Por vezes um pouco agarrado em demasia à bola, outras vezes trapalhão, outras ainda em que mostrou porque razão Co Adriaanse tanto o quis trazer a época passada. Até à sua substituição, tentou sempre procurar a bola e criar perigo nas alas (sim, nas alas, já que de vez em quando trocava de lado com Quaresma). Estará melhor este ano? É que o ano passado também começou a titular, e depois foi o que todos pudemos ver...
Quaresma: O mesmo de sempre, mas ainda melhor: nunca tinha marcado dois golos no mesmo jogo(pelo menos a nível oficial). Acabou por decidir o jogo com dois golos aos quais não pudemos tirar qualquer mérito devido à passividade do guarda-redes opositor. E com estes dois golos quase que não nos lembramos das suas fintas, dribles e trivelas: mas existiram na mesma. Estará a arrancar para (mais) uma época (será cá em Portugal, ou será noutro lado?) ao mais alto nível, com ainda mais golos?
Adriano: O avançado brasileiro, decisivo a época passada quando quase foi dispensado pelo mister Jesualdo Ferreira, não foi feliz na estreia nesta nova edição da principal liga de futebol em Portugal, já que aquando do seu segundo remate no jogo se lesionou no músculo, pedindo de imediato a substituição, e indo para o banco, onde o vimos muito pensativo (e triste, certamente). Quanto aos seus remates, o primeiro resultou duma jogada em que Bosingwa passou (em corrida...) facilmente por César Peixoto, Hussain não recuou de modo a fazer a dobra, e assim Bosingwa centrou para Adriano que dominou, rodou e chutou ao lado direito da baliza de Dani Mallo; o segundo, aos 34 minutos, foi um remate fraco, no qual Dani Mallo ia complicando, e no qual Adriano terá dito adeus ao segundo clássico da época.
Hélder Postiga: E o ídolo dos adeptos do Tottenham lá vai tentando agarrar o lugar com unhas e dentes. Foi a surpresa na convocatória, e aos 36 minutos já estava em campo, se bem que só se tenha notado a sua presença na segunda-parte, quando logo ao início respondeu à boa jogada de Wender momentos antes; outro remate já nos descontos (90+2 minutos); outras jogadas de registo (por exemplo, 78 minutos).
Mariano González: Entrou para o lugar de Tarik e pouco ou mesmo nada se viu. Nem uma jogada de destaque. A melhorar...
Leandro Lima: No pouco tempo que esteve em campo, deixou novamente boas indicações para um futuro, quiça, próximo, como aos 70 minutos, e também aos 76 minutos, onde mostrou que sabe conduzir a bola, mas que ainda joga "à Brasileirão": muito devagar (demorou a fazer o passe e acabou por perder a bola).

Equipa de arbitragem

Árbitro principal: João Ferreira
Árbitros assistentes: Pais António, Luís Ramos
4º Árbitro: Rui Costa

Alguma dualidade de critérios, quando aos 25 minutos não admoestou César Peixoto com a cartolina amarela, e depois aos 29 minutos mostrou um amarelo a Vandinho quando já se tinha visto bem pior. Também na segunda-parte se voltou a assistir a mais do mesmo: não mostrou um cartão a Paulo Assunção (após uma entrada por trás...) mas pouco depois tínhamos nas imagens a indicação de um amarelo para João Pinto após uma falta não mais propícia a tal do que a outra. Devemos ainda dizer que o árbitro foi muitas vezes na conversa dos jogadores do FC Porto, em especial de Quaresma, que cavou/arrancou várias faltas, entre as quais a que deu origem ao segundo golo do FC Porto.

domingo, 19 de agosto de 2007

Sporting vs. Académica, 4-1



Sporting inicia campeonato da melhor maneira: com uma goleada em casa



Num dos clássicos do futebol português, que eu tive o privilégio de assistir in loco ao vivo e que noutro tempos já foi bem mais renhido, o Sporting venceu com relativa facilidade a Académica de Coimbra. Depois de uma primeira parte mais produtiva em termos de golos do que em termos de bom futebol, o Sporting principiou a segunda parte com outra atitude. As jogadas de perigo foram em muito maior número, e, por vezes, julgava-se mesmo que este não era apenas o segundo jogo oficial disputado pelo Sporting, tal o entendimento entre os jogadores. Porém, esses momentos foram poucos, já que também a Académica melhorou na segunda parte com as substituições levadas a cabo pelo mister Manuel Machado. Em termos defensivos, o Sporting não esteve brilhante, principalmente na segunda parte, onde toda a equipa se empenhava nos lances ofensivos, esquecendo-se muitas vezes de vir atrás e ajudar a defesa. Do lado dos estudantes, houve sempre alguma dificuldade em acompanhar os dois avançados da equipa leonina, tanto quando jogaram com quatro como quando jogaram com três defesas. Do ponto de vista ofensivo, os leões estiveram bem, tanto pela dupla (luso-)brasileira, que merece especial destaque pelo entrosamento que vai demonstrando, bem como para o estreante Vukcevic, que teve dois ou três registos de qualidade, e que esteve (e bem) no lance que abriu o jogo, ou seja, o primeiro golo. Do lado da Briosa, tivemos o incansável Lito (ex-Naval 1º de Maio), que só teve uma companhia complementar com a entrada do húngaro Gyanó, já que Joeano, avançado com características parecidas com as de Lito, pouco ou nada conseguiu fazer com a oposição de Polga e de Tonel, essencialmente. No entanto, de um modo geral, o Sporting foi sempre dominador, fazendo aquilo que já o vêm caracterizando, se bem que ainda não da forma pretendida: não deixar jogar o seu adversário. Duas notas finais: jogadores da Académica distribuíram muita fruta (Moutinho, Derlei, Yannick, Liedson, Vukcevic foram alguns dos que apreciaram alguns dos exemplares do pomar de Coimbra) tendo havido uma altura em que o médico e o massagista do Sporting mais valia ficarem em campo; melhoria do relvado de Alvalade: ainda não está cinco estrelas, dado que ainda tinha alguns tufos levantados após jogadas mais disputadas, mas para lá parece caminhar.



Sporting

Equipa titular

34-Stojkovic
78-Abel
13-Tonel
4-Polga
8-Ronny
24-Miguel Veloso
28-João Moutinho (cap.)
10-Simon Vukcevic
30-Romagnoli
11-Derlei
31-Liedson

Suplentes

12-Tiago
3-Maryan Had
26-Gladstone
6-Adrien Silva
25-Bruno Pereirinha
21-Farnerud
20-Yannick Djaló

Substituições

72'-Entrou Farnerud, saiu Vukcevic
72'-Entrou Yannick Djaló, saiu Romagnoli
90+2'-Entrou Adrien Silva, saiu Derlei


Académica

Equipa titular

24-Pedro Roma (cap.)
5-Berger
21-Litos
4-Kaká
15-Orlando
8-Paulo Sérgio
17-Cris
33-Tiero
25-Ivanildo
2-Joeano
11-Lito

Suplentes

12-Ricardo
22-Sarmento
23-Pavlovic
78-N'Doye
7-Hélder Barbosa
10-Miguel Pedro
29-Gyanó



Substituições
Intervalo-Entrou N'Doye, saiu Berger
Intervalo-Entrou Gyanó, saiu Ivanildo
63'-Entrou Hélder Barbosa, saiu Joeano



Disciplina
89'-Pedro Roma (A)
89'-Kaká (A)



Golos
1-0, Derlei (27')
2-0, Liedson (45')
3-0, Tonel (69')
3-1, Gyanó (84')
4-1, João Moutinho (90')


Análise individual
Sporting

Stojkovic: Exibição tranquila do novo guarda-redes titular do Sporting que, após uma primeira parte onde praticamente nada fez, teve uma segunda parte mais activa, com duas intervenções: uma primeira em que tenta evitar um pontapé de baliza e em que tenta agarrar uma bola no ar e quase dava origem ao primeiro golo da Académica por parte de Gyanó, já que deixou cair a bola; a segunda em que deixou um cheirinho da qualidade que lhe é atribuída ao fazer uma boa mancha aos pés de Gyanó. No golo, não foi particularmente feliz, ao ver a bola passar-lhe entre as pernas. No estádio dizia-se que podia ter saído da baliza e ter procurado agarrar a bola, o que era difícil dada a velocidade a que Cris a endossou para a área, e aí arriscava-se a ficar no ar a apanhar bonés.
Abel: Boa exibição do defesa direito do Sporting, que lá vai mostrando atributos que lhe poderão render uma oportunidade na selecção nacional, e lá vai calando os críticos que referem as suas exibições como sendo muito esforçadas/no limite. Pelo menos duas vezes (aos 11 e aos 22 minutos) pude vê-lo a fazer a dobra aos dois centrais do Sporting que se tinham adiantado durante a marcação de bolas paradas; depois vi um passe de belo efeito e certeiro para Liedson; e vi ainda aquilo que já se tinha visto na pré-época quando ele era na altura o único defesa-direito de origem no plantel leonino e tinha uma disponibilidade física tremenda, sempre a correr para o ataque e depois sempre a tapar o seu lado em lances defensivos. Teve um único erro de registo (e logo um erro marcante): não acompanhou Gyanó no lance do golo.
Tonel: Mais um que lá vai tentado captar a atenção do mister Scolari. Um aspecto que eu pude notar no defesa central mais descaído para a direita da equipa da casa foi a tentativa de deixar a bola jogável para os seus companheiros, coisa que nos anos anteriores pouco se via, já que Tonel tinha maior preocupação em cortar os lances perigosos das equipas adversárias. Apesar de um ou outro momento em que deixou escapar um dos jogadores da Briosa, teve um desempenho global positivo, principalmente na altura em que conseguiu apontar um golo (no mínimo cómico), após a passividade da defesa equipa da região de Coimbra. Notei ainda no ex-jogador da Briosa alguma insegurança no passe mais longo, quando, por exemplo, aos 20 minutos teve medo de falhar um passe para Ronny,o que fez com que o mister Paulo Bento se levanta-se. Após isso, parece que aprendeu a lição, já que na segunda parte tentou algumas vezes colocar directamente nos avançados.
Polga: Não foi tão eficaz como já se tinha tornado um hábito principalmente o ano passado, já que deixou por duas vezes Joeano e Lito com espaço para fazerem bem melhor. Apesar destas duas falhas circunstanciais, o defesa central mais deslocado para a esquerda cortou pelo menos uma mão cheia de boas oportunidades da equipa do clássico equipamento negro, como por exemplo logo aos 8 minutos de jogo. Uma palavra ainda para a boa união que vem fortalecendo com Tonel, o que os vai tornando numa das melhores duplas do nosso campeonato, como estão os poucos golos sofridos na época passada a comprovar.
Ronny: O defesa-esquerdo do Sporting merece da minha parte dois elogios: melhor no aspecto defensivo (no entanto, ainda àquem do aceitável para o clube que representa e para os objectivos do clube), bem no centro que resultou no golo de Tonel. No entanto, continua muito apático, sempre com cara de frete, a marcar livres e cantos sem concentração e sem vontade. Aos 55 minutos fez um bom corte...incentivado pelo público.
Miguel Veloso: Apesar daquilo que eu para aí li, considero que o filho de António Veloso rubricou uma exibição segura, tendo feito vários cortes preciosos, dando a ideia de que estava sempre no local certo. No entanto, esteve menos interventivo nos lances ofensivos, talvez por indicações do mister Paulo Bento que lhe terá dito para ter mais atenção no flanco esquerdo e a Ronny. Continuo a não perceber porque é que ele não tenta mais vezes rematar de longe, ou porque é que não é ele que marca os livres apontados sem chama por Ronny.
João Moutinho: O novo capitão do Sporting fez mais uma das suas exibições, onde mostra todo o seu prazer por fazer o que faz e por representar o clube que representa: sempre interventivo, sempre no lugar certo, cruzamentos e passes certeiros, e sempre a batalhar,mesmo quando vê que não chega à bola. Destaque ainda para a cobrança da grande penalidade, onde apesar do tempo demorado pelo juiz principal, Elmano Santos, mostrou sangue frio e, apesar de Pedro Roma ter acertado o lado para o qual a bola foi direccionada, chutou forte e colocado.
Simon Vukcevic: O jovem montenegrino rubricou uma boa exibição, apesar de ter tido alguns comportamentos típicos de um jovem nervoso na sua estreia. Excelente jogada por volta dos 69 minutos quando passou por três adversários, que, a juntar à simulação por altura do primeiro golo por parte de Derlei, conseguem fazer esquecer alguns (poucos) passes falhados por parte do ex-jogador do Saturn. Apesar do que foi dito, compreendo através das repetições o porquê da demora no remate numa jogada por volta dos 47 minutos: quando ia tentar o primeiro remate, aparece Berger; depois a bola foge-lhe para o pé errado (direito, ele é esquerdino), e quando volta ao pé desejado já lá estava Litos. Terão sido os tais nervos da estreia?
Romagnoli: Já vimos El Pipi fazer melhor, não podendo, no entanto, dizer-se que a sua exibição foi má, como a assistência para o golo de Liedson o pode comprovar. Porém, não tivemos oportunidade de ver aqueles seus famosos passes a rasgar a defesa, aqueles passes no momento certo, com os jogadores a roçar o fora-de-jogo, tendo estes sido substituídos por outros tão eficazes,mas menos produtivos e espectaculares.
Derlei: Quem apostaria que o patinho feio da última metade de época no Benfica iria rubricar uma boa exibição na sua estreia em jogos oficiais na sua nova casa. Um belo golo, apesar da pressão oferecida por dois defesas da Académica, com um remate forte, colocado, rasteiro, com poucas hipóteses para o guarda-redes, a culminar uma excelente jogada colectiva da turma de Alvalade. A juntar ao golo, tivemos uma bela parceria com Liedson, através de várias combinações bem efectuadas. Mereceu os aplausos aquando da sua substituição.
Liedson: Só não teve uma exibição excelente e impecável porque desperdiçou até não poder mais: 51 min.-remate em volley para excelente defesa de Pedro Roma; 62 min.-remate em arco; 76 min.-jogada em sprint entre Liedson e Derlei,onde Liedson chuta à figura; 82 min.-Yannick mete no centro, Derlei deixa para Liedson que chuta por cima; 83 min.-remate às malhas laterais. No início do jogo, notei Liedson muito colado ao flanco esquerdo, talvez daí o pouco volume ofensivo da equipa leonina nos primeiros minutos de jogo.
Yannick Djaló: Pouco se viu por parte do internacional sub-21 português, dado que também pouco mais de 15 minutos teve em campo. De registo os seus já conhecidos fortes sprints, que pudemos ver uma ou duas vezes neste jogo; um passe para o centro para Derlei que depois deixou para Liedson chutar por cima aos 82 minutos; e ainda uma jogada aos 90 minutos onde criou perigo na área após uma bola ganha na direita, perante uns defesas da briosa com receio de a colocarem fora, que foi metida para o centro onde ele se encontrava,mas Yannick embrulhou-se com a bola e demorou muito tempo a decidir-se.
Farnerud: Exibição discreta do jogador sueco: pouco atrevido como é seu hábito, mas certeiro no capítulo do passe.
Adrien Silva: Recebeu as primeiras de, quem sabe, muitas palmas em Alvalade aquando da sua entrada já tardia. Pouco tempo teve para mostrar a qualidade que lhe é apontada.



Académica

Pedro Roma: Um punhado de boas intervenções. Apesar de veterano, mostrou que ainda está aí para as curvas. Não teve grande responsabilidade nos golos do Sporting.
Berger: Não teve uma estreia fácil, perante uma das principais candidatas ao título. Quase sempre ultrapassado por Liedson, Derlei e Vukcevic.
Litos: Apesar da sua experiência, também não foi particularmente feliz perante a oposição do sector mais avançado do Sporting. Ainda se fez respeitar pela sua altura, ao conquistar algumas bola aéreas, mas não foi o suficiente. Também se fez respeitar pela sua impetuosidade, quando já na segunda parte teve uma entrada perigosa por trás sobre Derlei.
Kaká: Se jogasse tão bem na defesa como joga o seu homónimo ao ataque... Ficou na retina um lance aos 55 minutos em que Kaká cai e leva consigo Vukcevic, e depois no chão faz uma gravata ao jogador montenegrino-lance que o árbitro não viu ou preferiu não ver para não desequilibrar o jogo e que era passível de sanção disciplinar (segundo as "novas" regras,penso que seria vermelho).
Orlando: Correu correu...mas foi impotente perante a dupla de avançados do Sporting, e ainda perante o médio leonino que se encontrava do seu lado, Moutinho.
Paulo Sérgio: O médio mais recuado da Académica tentou aguentar o ataque leonino, manter o nulo no resultado e ajudar os defesas, mas era um único para dois ou, às vezes, até três contra ele.
Cris: Excelente centro aquando do golo da Académica,não dando hipóteses a Stojkovic. Tanto no meio-campo como quando jogou mais recuado, teve uma exibição parecida com a dos seus companheiros: insuficiente.
Tiero: O africano das botas amarelas, como se dizia no estádio, esqueceu-se de ligar o motor antes do jogo. Esqueceu-se ainda de olear o seu remate, já que fez alguns remates, mas foram sempre ofertas ou para a Juve Leo, na primeira-parte, ou para o Directivo, na segunda.
Ivanildo: Um ala nato a jogar a número 10 dá nisto. Ainda teve um ou outro bom pormenor...quando se deslocou para a ala.
Joeano: Muito bem anulado pelos centrais leoninos. Pouco ou nada se viu deste brasileiro que já mostrou muito mais.
Lito: Dos poucos que escapou da má exibição academista. Correu até estoirar, tendo sido o elemento mais irreverente do lado da briosa. Funcionou também comm um primeiro defesa, ao fechar várias vezes o seu flanco.
N'Doye: Não esteve nada perto daquele N'Doye que em tempos marcou golos aos três grande e que era um dos melhores tanto no Estoril como no Penafiel. A passagem pelas Arábias não lhe parecem ter feito bem. Manuel Machado por certo preferia ter o outro N'Doye (Dame, agora jogador do Panathinaikos). Em que é que ele estaria a pensar quando não se mexeu ao ver a bola rematada por Tonel? Seria num cheque das Arábias que tinha de depositar rapidamente no banco? Ou estaria a pensar na sua chegada atrasada à pré-época em Coimbra?
Hélder Barbosa: Um ou outro pé a passar por cima da bola, uma ou outra tentativa de drible...mas pouco se viu deste produto das escolas do FC Porto, que, relembre-se, vem de lesão prolongada. Estará aí a razão?
Gyanó: A meu ver, o melhor jogador da Académica, apesar de só ter entrado na segunda-parte. Além do golo que marcou, o avançado húngaro teve ainda mais duas oportunidades desperdiçadas: uma em que chuta por cima aquando duma intervenção não 100% eficaz de Stojkovic, e outra aquando duma mancha bem efectuada pelo guardião sportinguista.



Equipa de arbitragem
Árbitro principal: Elmano Santos
Árbitros assistentes: Sérgio Serrão, Carlos Milha
4º Árbitro: Luís Reforço


Uma exibição tranquila, tentando ao máximo retardar a mostragem de cartões (o que apenas aconteceu nos últimos minutos, aquando da grande penalidade sobre Liedson). Bem no lance do penalty sobre Liedson, mal ao não ver tanto a mão de Lito, como a falta logo a seguir de Polga sobre Lito. Também fiquei com algumas dúvidas num ou noutro fora-de-jogo.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Viva o Futebol

Saudações desportivas aos adeptos do desporto-rei: o futebol

Assim dou início a este espaço no qual vou analisar os jogos de futebol mais importantes. Desde já vos digo que sou do Sporting. No entanto, vou tentar ser o mais imparcial possível na análise dos jogos.

Porquê criar este blog? Porque vejo muito futebol, mas, tal como muita gente, quase nunca vejo, leio nem oiço boas análises dos jogos de futebol. Em Portugal, a grande maioria dos comentadores, jornalistas e locutores parece que não percebem nada de futebol, isto já para não falar nas regras deste jogo. E a juntar a isto, enchem-se com a sua "clubite" antes de entrarem em estúdio, o que muitas vezes dá vontade de simplesmente desligar a televisão ou a rádio.

Longe vão os tempos em que dava gosto ouvir os relatos de futebol, já que o grande Jorge Perestrelo infelizmente já não se encontra entre nós. É baseado no seu excelente trabalho que decidi criar este blog, quem sabe para ser uma referência para os cibernautas e para o público em geral que gosta de futebol e que está desejoso de poder ver, ler ou ouvir uma boa opinião acerca dos mais variados problemas do futebol.
Para isso aqui estou eu, para dar a minha opinião, esperando, claro está, a vossa contribuição através dos vossos comentários, sejam eles bons ou maus. Acima de tudo: as verdades são para ser ditas!

Viva o Futebol!